Numa
Igreja do Sul do Tirol, no norte de Itália, numa parede baixa, estão colocadas
quatro caveiras. Sobre elas está um letreiro em que estão escritas as palavras,
“Quem era o louco? Quem era o sábio? Quem era o pedinte? Quem era o imperador?”
O poder e a riqueza do imperador já lá não estavam para nos darem um indício da
sua identidade. Talvez a caveira do pedinte esteja mesmo ao lado da sua, mas de
igual modo, a pobreza do pedinte, os andrajos e o estômago a roncar de fome já
lá não estavam para atestar a sua identidade. Talvez devêssemos erguer um
segundo letreiro com as palavras “A morte tornou-os iguais!” Mas será realmente
este o caso?
Ao
contrário das estratégias de “marketing” que rotulam certas classes de
clientes, a morte não é, certamente, respeitadora das pessoas; ninguém lhe
consegue escapar em razão da distinção de classes. Não admira, portanto, que muitas
pessoas tenham parado para refletir profundamente sobre isto, quer sejam
filósofos, poetas, políticos, desportistas, atores, analfabetos, quer laureados
com o Prêmio Nobel. Os antigos egípcios eram particularmente assíduos; as
Pirâmides de Gizé são os maiores monumentos comemorativos da morte que existem
no mundo. Mas tal esforço humano tem realmente algum valor? Nas palavras do
poeta alemão Emanuel Geibel “A vida é um eterno enigma, a morte um mistério
eterno.” Das numerosas tentativas para compreender o significado da morte, a
teoria da evolução é inegavelmente a mais largamente famosa.
A MORTE NA VISÃO MUNDANA DA EVOLUÇÃO
A
morte está profundamente ancorada na idealização da evolução; tanto que teríamos
que concluir que sem a morte não haveria absolutamente nenhuma vida na Terra.
Isto
é claro, a partir dos quatro princípios básicos da evolução relativos à morte.
1. Morte – Uma condição necessária para
a evolução. O físico alemão Carl
Friedrich V. Weizsäcker acentuou: “Se os indivíduos não morressem não haveria
evolução nem nenhuns novos indivíduos com novos atributos. A morte do indivíduo
é um pré-requisito para a evolução.”
2. Morte – Uma invenção da evolução. O professor de biologia Widmar Tanner, de Regensburg
no Sul da Alemanha, coloca a questão existencial justificável: “Como e por que a
morte entraria no nosso mundo se ela não fosse absolutamente necessária?” e dá
a resposta: “O envelhecimento e a duração da vida são fenómenos de adaptação
que desenvolvemos no decurso da evolução. A invenção da morte acelerou
essencialmente o progresso da evolução.” Para ele o encastrado programa da
morte oferece uma oportunidade perpétua para experimentar a evolução com
qualquer coisa nova.
3. Morte – A criadora da vida. Até que ponto a visão mundana da evolução diverge da
Bíblia torna-se particularmente claro, quando a evolução eleva a morte ao ponto
de se tornar criadora da vida. Isto é expresso pelo microbiologista Reinhard W.
Kaplan: “Encastrar o envelhecimento e a morte pode parecer doloroso para o
indivíduo, particularmente para os humanos, mas esse é o preço que deve ser
pago pelo fato de a evolução, em primeiro lugar, criar vida.”
4. Morte – O absoluto fim da vida. De acordo com a doutrina da evolução, a vida é
exclusivamente baseada nas propriedades da matéria entre as fronteiras da
física e da química (Manfred Eigen, químico biofísico e vencedor do Prêmio
Nobel).
Vemos
aqui que a evolução não fornece uma explicação satisfatória para a morte. Não
há lugar para a continuação da vida depois da morte quando a realidade é
reduzida desta maneira a meros fenómenos materiais. Os humanos são reduzidos a
máquinas biológicas, tornados inúteis quando o organismo morre. A morte serve
somente para o surgimento da vida subsequente no comboio da evolução.
O
valor da vida humana não é mais do que o da sua contribuição para a evolução.
QUEM TEM A RESPOSTA?
Haverá
alguém que nos possa dar uma resposta para todas estas arrebatadoras questões
sobre a natureza da morte e do que vem depois dela? Se houvesse uma tal pessoa
teria que satisfazer os quatro convincentes requisitos seguintes:
1.
Ele próprio deveria ter experimentado a morte (de maneira a poder fornecer os
conhecimentos em primeira mão).
2.
Deveria ter regressado da morte (de modo a contar-nos sobre aquilo que tinha
experimentado).
3.
Deveria ter poder sobre a morte (tornando-o uma autoridade em tal assunto).
4.
Deveria ser completamente fidedigno (de modo a fazer-nos acreditar no relato
que fizesse).
Ao
longo da História só há uma pessoa
que preenche estes requisitos, Jesus
Cristo.
1.
Foi crucificado e morreu fora das portas de Jerusalém. Os seus inimigos queriam
ter a certeza de que Ele estava morto, por isso trespassaram o seu lado com uma
lança, fazendo com que saísse sangue e água (João 19:34). Isto convenceu-os de
que Ele realmente estava morto [Requisito de satisfação 1]
2.
Ele já tinha predito que ressurgiria dos mortos ao terceiro dia. Isto realmente
aconteceu e as primeiras testemunhas foram as mulheres que iam ao seu sepulcro
na manhã da Páscoa. O anjo disse-lhes então, “Ele não está aqui, ele
ressuscitou!” (Lucas 24:6) [Requisito de satisfação 2]
3.
O Novo Testamento relata três exemplos de ressurreição da morte através do
poder de Jesus: Lázaro em Betânia (João 11:41-45), o filho da viúva de Naim
(Lucas 7:11-17) e a filha de Jairo (Marcos 5:35-43). Ninguém tem autoridade sobre
a morte senão somente Jesus [Requisito de satisfação 3]
4.
De todas as pessoas que caminharam sobre a face desta terra, só Jesus foi capaz
de viver de acordo com a sua declaração “Eu sou a verdade” (João 14:6), apesar
de todas as tentativas dos seus inimigos para provar uma única acusação contra
Ele [Requisito de satisfação 4]
Será
possível que tenhamos chegado ao lugar exato, à fonte de toda a verdade? A
verdade é vital. Quem é que quererá basear a sua vida num erro? Sejamos claros:
somente uma pessoa tem a qualificação necessária para nos dar uma resposta certa.
Ele diz-nos o que acontece imediatamente depois de morrermos.
Em
Lucas 16:19-31 Jesus explica isto, usando o exemplo de duas pessoas acabadas de
morrer. Uma delas conhecia Deus; a outra tinha-O rejeitado. Lázaro é levado
pelos anjos ao seio de Abraão, a um lugar que Jesus também chama Paraíso (Lucas
23:43), onde ele se alimenta bem e está confortável. O outro homem, que vivera
ricamente, encontrou-se no inferno quando morreu e descreveu a sua situação
atroz com as palavras, “Estou atormentado neste fogo” (Lucas 16:24b). A morte
não é, de modo nenhum, a grande igualadora. Pelo contrário, se durante a vida
na Terra nós pensamos que há um abismo de grande amplitude, o abismo tornar-se-á
indescritivelmente mais profundo no outro lado da barreira da morte. Como é que
explicaremos isto?
A TRIPLA MORTE
A
mensagem da Bíblia é inequívoca. Este mundo e toda a vida são produtos dos atos
criadores de Deus. Foi uma criação acabada e perfeita, que Deus designou como “muito
boa”. Ele criou todas as coisas através do seu artífice mestre (Provérbios 8:30),
o Senhor Jesus (João 1:10; Colossenses 1:16) enquanto permanecia verdadeiro
para os seus atributos de suavidade, misericórdia e amor pela criação; muito
oposto à estratégia da evolução que é marcada pelo sofrimento e lágrimas,
crueldade e morte. Qualquer pessoa que encare Deus como o autor da evolução,
que sugira que este foi o método da criação, está a falsear o carácter de Deus.
A ideia de que Deus conduziu a evolução (a chamada evolução teísta), por
conseguinte, é completamente insustentável.
Então
de onde vem a morte, se não é um fator de evolução, nem corresponde ao carácter
de Deus? Em primeiro lugar a morte é universal. Todas as pessoas morrem, quer
seja na juventude, quer em idade mais avançada, quer as moralmente respeitáveis,
quer os ladrões e assassinos, quer os crentes, quer os não crentes. Um tal efeito
universal e radical deve ter uma causa igualmente radical.
A
Bíblia fala da morte como a consequência do pecado humano. Apesar do aviso de
Deus (Génesis 2:17), o homem abusou da liberdade que lhe tinha sido dada e caiu
da graça de Deus. A partir desse momento, a lei do pecado entrou em vigor: “O
salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). O homem tropeçou para o que pode
ser chamado o trilho da morte, que se mostra como uma grossa seta negra no
diagrama. Podemos descrever isso como o comboio da morte. Desde Adão, que foi o
responsável por permitir a entrada da morte na criação (1 Coríntios 15:22a), que
toda a raça humana está agora neste comboio terrível: “Portanto, assim como por
um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). Antes da Queda
do Homem a morte era desconhecida em toda a criação.
Ora,
quando a Bíblia fala de morte, isto de maneira nenhuma significa a cessação da
existência. A definição bíblica de morte é “separação, afastamento”. Porque a Queda
significa a tripla morte (veja-se o diagrama), deve haver uma tripla separação.
1. Morte do espírito. No momento da Queda, o espírito da humanidade morreu,
o que significa que o homem foi banido da companhia de Deus. Até hoje esta é a
condição de todos os humanos que não descobriram que se podem confiar ao seu
Criador. Só eles determinam as suas vidas e são vítimas de paixões e ilusões
resultantes da sua separação de Deus. Conduzem as suas vidas como se Deus não
existisse. Não têm ideia quem Jesus Cristo é e rejeitam a mensagem da Bíblia.
Embora possam estar bem vivos no corpo, estão espiritualmente mortos.
2. Morte do corpo. Uma consequência adicional é a morte do corpo: “… até
que voltes à terra pois dela foste formado …” (Génesis 3:19) toda a criação
está sujeita a apodrecer por causa da Queda.
3. Morte eterna. O destino final do comboio da morte é a morte eterna.
Ali, a existência humana não se extinguirá (Lucas 16:19-31), antes continua num
estado de eterna separação de Deus. Está sujeito à ira de Deus, porque “o resultado
de uma só transgressão foi a condenação de todos os homens” (Romanos 5:18).
Jesus chama a este lugar inferno da condenação; é o lugar da mais inimaginável horrível
existência, o fogo não pode ser extinto (Marcos 9:43 e 45) e é eterno (Mateus
25:41). “Ali haverá choro e ranger de dentes” (Lucas 13:28). É um lugar
arrepiante onde “Não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Marcos 9:48); um
lugar de “eterna destruição” (2 Tessalonicenses 1:9).
Como é que Deus encara a nossa
auto-imposta corrida para a destruição?
A Sua misericórdia ilimitada e o Seu amor por nós impeliu-O a enviar o seu
único Filho para a Cruz para realizar o Seu incomparável plano de ação para nos
salvar. As palavras de Jesus “Está consumado”, marcou a consecução deste plano.
É a expressa vontade de Deus (e.g. 1 Timóteo 2:4) para nos salvar do inferno eterno
ou, para dizer isto de uma maneira figurada, tornar possível para nós saltarmos
fora do desenfreado comboio (trem) da morte. Somos convidados a entrar pela
porta estreita que conduz ao céu (Mateus 7:13a + 14). De acordo com o
testemunho da Bíblia, Jesus é a única porta, a única maneira para sermos
salvos. Quando embarcamos no trem da vida, encontramo-nos sobre um trilho diferente
– o caminho da vida eterna.
Mudar
de comboio significa que nos voltamos para Jesus, somos honestos com Ele acerca
de nós próprios, pedimos-Lhe para nos perdoar, arrependemo-nos e aceitamo-Lo
como nosso Salvador. Aos olhos de Deus tornamo-nos novas criaturas. A
assombrosa dádiva do perdão está disponível para cada um de nós, pessoal e livremente.
Esta dádiva de graça custou a Deus um preço incomensurável, o sacrifício de Seu
Filho. Aceitar a dádiva de Deus é a ação que nos dará a vida eterna (João 5:24).
Esta oportunidade é-lhe oferecida a si, somente no decurso a sua vida na Terra,
assim faça a sua escolha hoje (não pode garantir que haverá um amanhã)!
O SENTIDO DA VIDA
Depois
de uma conferência, um jovem aproximou-se de mim. Perguntei-lhe “Onde é que
está agora?” A sua breve resposta, replicando a minha analogia do comboio foi: “Estou
de pé no cais da estação!” Ele reconhecera uma coisa, devia deixar o comboio da
morte o mais depressa possível! Perguntou: “Como é que posso entrar no comboio da
vida?” Mostrei-lhe o caminho e está agora a viajar contente para o melhor dos
destinos.
Deus
não é só um Deus que está zangado com o pecado, Ele é também um Deus de amor
para com o pecador. Se hoje embarcarmos no comboio da vida, também reservaremos
uma morada num lugar de beleza, o céu, do qual se diz em 1 Coríntios 2:9: “Nem
olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem mente nenhuma imaginou o que Deus preparou
para aqueles que o amam.” A sua residência eterna é, unicamente, uma decisão ao
longe. Escolherá a morte ou a vida? O céu ou o inferno? “Coloquei diante de vós
a vida [eterna] e a morte [eterna], a bênção e a maldição. Agora escolham a
vida …” (Deuteronômio 30:19). Uma vez mais vemos que Deus aponta claramente
para a vida. O diagrama mostra claramente que:
Se
nascemos apenas uma vez (nascimento
natural), morremos duas vezes (primeiro a morte do corpo, depois a morte
eterna);
mas
se nascermos duas vezes (nascimento natural e novo nascimento através de
Cristo), morreremos apenas uma vez
(a morte do corpo).
Confiar
no Filho de Deus liberta-nos da condenação do seu julgamento e dá-nos a certeza
de que teremos a vida eterna “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna, e não entra em juízo, mas passou da morte
[espiritual] para a vida [eterna]” (João 5:24).
Se
considerarmos o alcance de cada decisão de fé, torna-se claro que o conceito da
evolução e os seus ensinamentos sobre a morte, tem um trágico efeito nos seus
aderentes. Obscurece o perigo da morte Eterna e pode fazer com que as pessoas
percam a oferta da salvação. Mas Jesus veio para nos salvar do abismo, do
inferno. Voltemo-nos hoje para Deus com uma prece e, com isso, abandonemos o comboio
da morte e saltemos para o comboio da vida. Podemos permitir que Deus comece a
sua mudança radical de direção na nossa vida, com a seguinte oração:
“Senhor
Jesus Cristo, reconheço a fatalidade da minha situação. A minha maneira de
viver não é, de modo algum, compatível com a Vossa Palavra. Sei, agora, que
estou sentado no comboio errado. Estou profundamente comovido e imploro-Vos que
me ajudeis. Perdoai todas as minhas culpas, pelas quais estou verdadeiramente
triste, e mudai a minha vida enquanto leio a Vossa Palavra e aprendo a viver por
ela. Com a vossa ajuda quero embarcar no comboio da vida e ficar Convosco para
sempre. Aceito-Vos agora na minha vida. Sede o meu Senhor e dai-me a força e o
querer para Vos seguir. Do fundo do coração Vos agradeço por me teres libertado
dos meus pecados e por agora ser chamado Filho de Deus. Amém.”
Dr.
Werner Gitt