Certo dia de primavera,
minha esposa colocou alguns galhos dum pessegueiro em flor num vaso sobre minha
escrivaninha. Foram tirados da árvore que ficava no pátio fronteiro à minha
janela. Que ramalhete alegre e lindo era aquele! Quando olhei para o vaso e
para os galhos do pessegueiro que balouçavam ao sopro da brisa do lado de fora,
pensei: “Que parábola da vida está aqui.” Ainda que as flores que estavam no
vaso fossem tão lindas, como as que lá fora eram bafejadas pelo vento, estas
estavam condenadas a murchar, a serem lançadas no lixo. As que estavam na
árvore também murchariam, mas em seu lugar surgiriam os frutos sazonados do
pessegueiro. As flores que estavam na minha escrivaninha não produziriam
frutos, porque estavam separadas da fonte da vida.
Assim acontece conosco. O pecado estabeleceu a separação entre nós e nosso Criador. Separados de Deus, as nossas vidas, embora lindas e agradáveis por algum tempo, não produzirão frutos de valor eterno. Nossas boas ações em direção a um "conserto" nada podem produzir, pois a Bíblia mesma diz: "Não há um justo, nem um sequer" (Romanos 3.10).
Mas Deus mesmo providenciou, da maneira a mais paradoxal e maravilhosa, uma forma de sermos religados a Ele, ao tronco da vida, na figura de seu filho amado, Jesus Cristo. Cristo pagou na cruz o preço com que não podíamos arcar: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53:4,5).
A promessa de religação é tão poderosa que Jesus mesmo diz: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14).
Jesus continua: "Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém
permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não
podem fazer coisa alguma" (João 15.5).
A vida ligada a Cristo produz frutos não só para os outros, mas também alcança para si mesma, o gozo, a paz, e a vida eterna.
Thomas H. Backer (adaptado)