MILHÕES DE HOMENS E MULHERES, NA
SOCIEDADE E TAMBÉM NA IGREJA, estão sofrendo sob a culpa do aborto. E mais:
dois terços dos que fazem abortos se identificam como protestantes ou católicos.
Aproximadamente uma em cada cinco mulheres que fazem aborto se identifica como
cristã evangélica! Muitos dos pais dessas crianças também são membros de
igrejas.
Caso você seja uma mulher que já teve
um aborto ou aconselhou outra a fazê-lo, este texto é para você. Caso seja um homem
que se envolveu em uma decisão de aborto — quer dissesse respeito a sua
namorada, esposa, filha ou qualquer pessoa — esta reflexão é para você também.
É contraproducente tentar eliminar
sentimentos de culpa sem tratar a causa. Os outros podem dizer: “Você não tem
nada do que se sentir culpada”, mas você conhece melhor. Pode-se evitar sentimentos
de culpa simplesmente negando a realidade? A negação lhe prepara para um
colapso emocional toda vez que algo lhe faz recordar do filho que certo dia
você carregou. Você precisa de uma solução definitiva para o problema da culpa,
uma solução baseada na realidade, não em fingimento.
Visto que a Bíblia oferece essa
solução, eu a citarei. Peça que o líder de alguma igreja, a líder do grupo de
mulheres, um amigo cristão ou membro da família lhe ajude a entender.
A OBRA DE CRISTO
As boas novas são que Deus a ama e
deseja perdoá-la pelo aborto quer você soubesse o que estava fazendo, quer não.
Todavia, antes de as boas novas poderem ser compreendidas, precisamos conhecer as
más notícias. As más notícias são que há culpa moral verdadeira e muitos de nós
somos culpados de muitas ofensas morais contra Deus, das quais o aborto é
apenas uma. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm
3.23).
Pecar é estar aquém dos padrões
santos de Deus. O pecado nos separa de um relacionamento com Deus (Is 59.2). O
pecado nos engana, fazendo-nos pensar que o errado é certo e o certo é errado (Pv
14.12). “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23).
Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos
amou de tal maneira que se tornou um membro da raça humana para nos livrar do
problema do nosso pecado (Jo 3.16). Ele se identificou com nossas fraquezas, sem
ser tentado por nosso pecado (Hb 2.17 - 18; 4.15 - 16). Jesus morreu na cruz
como o único digno de pagar a punição por nossos pecados exigida pela santidade
de Deus (2Co 5.21). Ele ressuscitou derrotando o pecado e vencendo a morte (1Co
15.3 - 4.54 - 57).
Ao morrer na cruz por nós, Jesus
disse: “Está consumado” (Jo 19.30). A palavra grega traduzida “está consumado”
era escrita nas certidões de dívida quando estas eram canceladas. O significado
era: “totalmente liquidada”, Jesus morreu para pagar nossa dívida plenamente.
PLENO PERDÃO
Por causa da obra de Jesus na cruz em
nosso favor, Deus nos oferece gratuitamente o perdão. Eis aqui apenas algumas
destas ofertas:
Ele não nos trata
segundo os nossos pecados e nem nos retribui segundo nossas iniquidades.
Do mesmo modo que está
longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Do
mesmo modo que um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece
daqueles que o temem - Salmo 103.10, 12,13).
Se nós confessarmos os
nossos pecados, Ele é fiel e justo e perdoará nossos pecados e nos purificará
de toda injustiça — 1João 1.9.
Portanto já não há
condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus — Romanos 8.1.
UM DOM QUE NÃO SE PODE FAZER ALGO PARA
MERECER
A salvação é um dom:
“Porque pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para
que ninguém se glorie” — Efésios 2.8 — 9).
Por este dom não se pode trabalhar,
não se pode fazer algo para ganhá-lo ou alcançá-lo. Não depende de nosso mérito
ou esforço, mas exclusivamente do sacrifício de Jesus por nós.
Deus nos oferece o dom do perdão e da
vida eterna, mas ele não é automaticamente nosso. Para ter o dom, devemos
escolher aceitá-lo.
Talvez você pense: “Mas eu não mereço
perdão depois de tudo que fiz”. Você está absolutamente certo/a. Nenhum de nós
merece perdão. Se o merecêssemos, não necessitaríamos dele. Essa é a questão da
graça. Cristo recebeu na cruz o que nós merecíamos, para que pudéssemos receber
o que não merecemos — uma ficha limpa, um início novo.
Uma vez perdoados, podemos ter a
expectativa de passar a eternidade com Cristo e nossa família espiritual (Jo
14.1 - 3; Ap20.11 – 22.6). Você pode ter a expectativa de unir-se novamente no
céu com seus amados cobertos pelo sangue de Cristo (1Ts 413 - 18)
SEM NECESSIDADE DE PERDER TEMPO COM OS
PECADOS PASSADOS
Uma mulher promíscua chorou aos pés
de Cristo, beijou-os é os secou com o próprio cabelo. Jesus disse a um
espectador crítico: “Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são
muitos: porque ela muito amou” (Lc 7.47). Jesus oferece o mesmo perdão a
todos nós.
Deus não quer que você passe a vida
punindo-se pelo aborto ou por outro erro que tenha cometido. Sua parte é
aceitar a expiação de Cristo, não repeti-la. Jesus disse a uma mulher imoral: “Seus
pecados estão perdoados... a tua fé te salvou; vai-te em paz, não peques mais”
(Lc 7.48, 50). Mulheres rejeitadas pela sociedade vinham a Jesus e Ele as
recebia bem, com compaixão e perdão.
Não importa o que você fez, nenhum
pecado está além do alcance da graça de Deus. Ele nos viu na pior condição e
ainda assim nos ama. Não há limite para sua graça perdoadora. E não há liberdade
como a liberdade do perdão.
Você pode se sentir completamente
limpa quando confessar os pecados, ou pode precisar de ajuda para trabalhar a
questão. Das duas maneiras você está perdoada. Você deve tentar esquecer o que
ficou para trás e avançar para o futuro positivo que Cristo torna possível (Fp
3,13,14). Toda vez que começamos a nos sentir imperdoados, é hora de voltar à
Bíblia e recordar a nós mesmos e uns aos outros, do perdão de Deus.
Ingressar em um grupo de cura
pós-aborto pode ajudar imensamente. Há estudos bíblicos sobre pós-aborto
elaborados para mulheres e outros para homens. Muitos recursos on-line podem
ajudar a encontrar o grupo de apoio que você precisa.
PERDÃO SEGUIDO DE ESCOLHAS CERTAS
Muitas mulheres que fizeram abortos
carregam uma amargura compreensível em reação aos homens que usaram e abusaram delas,
em relação aos pais que as pressionaram e em relação àqueles que as iludiram a
uma escolha que resultou na morte de seu filho. Deus espera que recebamos o
perdão que nos deu e o estendamos aos outros (Mt 6.14,15).
Você precisa se tornar parte de uma
comunidade terapêutica, uma família de cristãos chamada igreja. (Se você já
estiver em uma igreja, compartilhe sua experiência de aborto com alguém para
obter a ajuda específica que precisa.) Você pode se sentir envergonhada no meio
de cristãos por causa de seu passado. Não deveria. Uma igreja verdadeira,
centrada em Cristo, não é uma vitrine para santos, mas um hospital para
pecadores. Você não será julgada e condenada por pecados que Cristo perdoou. As
pessoas com quem você está se juntando são tão humanas e tão imperfeitas quanto
você. A maior parte das pessoas da igreja não é metida a santa. As que são
devem ser dignas de dó, porque não entendem a graça de Deus.
Uma boa igreja ensinará as verdades
da Bíblia e proverá amor, aceitação e apoio a você. Se não puder encontrar uma
igreja assim em sua vizinhança, procure por apoio e aconselhamento on-line.
Um passo saudável que você pode dar é
contatar mulheres que estejam vivenciando gravidez inesperada. Deus pode acabar
usando Sua experiência para equipá-la, a fim de ajudar outras e para compartilhar
com elas o Seu amor. Minha esposa e eu temos uns pares de boas amigas que
sofreram abortos. Por intermédio de seus dedicados esforços a favor da vida,
elas dão a outras mulheres a ajuda que gostariam que alguém lhes tivesse dado.
Contar suas histórias não tem somente livrado a vida das crianças e as mães da
dor do aborto, mas também tem ajudado a lhes trazer cura. Pode ter o mesmo
efeito para você.
Randy Alcorn, no livro Por Que Ser a Favor da Vida?
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