segunda-feira, 30 de agosto de 2010

POR QUE OS HOMENS NEGAM A EXISTÊNCIA DE DEUS

 Via Imagens Cristãs no Flickr

Milhões de pessoas não estão interessadas em saber se Deus existe ou não, e jamais preocupam-se em discutir o assunto. Em um mundo que exalta a aquisição de bens materiais, supervaloriza a busca do prazer e a glória de si mesmo, vem-se tornando cada vez mais fácil muitos se esquecerem de Deus, ou viverem como se ele não existisse. Porém, o fato é que a negação da existência de Deus põe em total desordem a vida. "A fé é mãe de todas as harmonias do mundo, mas os inimigos da fé são os pais de todas as confusões", disse o escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936).
Além do mais, ninguém está no Universo tão solitário quanto o ateu. "Ele chora com o coração órfão por ter perdido o Sublime Pai, junto ao imenso cadáver da Natureza, vegetando sempre no interior desse enorme túmulo. Ele chora até separar-se desse 'cadáver', pela sua própria dissolução. Todo o Universo jaz diante dele como uma esfinge egípcia de pedra, assentada na areia, com a máscara férrea e fria da eternidade informe", escreveu um teólogo moderno.


A SOBERBA CONDUZ AO ATEÍSMO
Tem-se observado que, na maioria dos casos, ateus realmente sinceros no mais profundo de suas consciências, convencidos plenamente de seu ateísmo, dificilmente alguém os poderá encontrar. O que existe são homens soberbos, com ares de superioridade, os lábios cheios de ironia, vaidosos de seus conhecimentos, de suas riquezas materiais, ou de suas queixas e ironias. Crer na existência de Deus para eles significa dar uma demonstração pública de fraqueza, de dependência. O ateísmo se apresenta hoje como um movimento humanista radical. Muitos estão vendo Deus como um obstáculo ao progresso humano, e procuram afastar esse "obstáculo" do caminho da humanidade. Satanás os tem levado a pensar que, para eles justificarem suas próprias existências, e imprimirem valor e sentido à vida, têm de negar a Deus.
"Um ser qualquer não é independente a seus próprios olhos, senão quando ele se basta a si mesmo, e ele não se basta a si mesmo se deve sua existência a outrem, fora de si", escreveu soberbamente o filósofo Karl Marx. Muitos ateus modernos acusam o cristianismo de haver minimizado o homem, submetendo-o a Deus. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) chegou a afirmar que "provavelmente o homem irá se elevando cada vez mais alto a partir do momento em que deixar de se embalar em Deus."

NIETZSCHE E A MORTE DE DEUS
Foi Nietzsche quem, no auge da soberba e da blasfêmia, no seu livro Assim Falou Zaratustra, colocou nos lábios de Zaratustra a seguinte afirmação: "O vosso Deus jorrou sangue sobre o meu punhal... Deus está morto; agora nós queremos que o Super-homem viva." Em outro de seus livros, A Gaia Ciência, Nietzsche colocou na boca de um louco as seguintes palavras, consideradas marco inicial da chamada 'Teologia da morte de Deus':
"Nós o matamos, vocês e eu! Somos os assassinos de Deus! E como foi que fizemos isso? Como pudemos beber todo esse mar? Quem nos deu a esponja para apagar todo o horizonte? (...) Não estaremos perdidos dentro do vazio infinito que faz a sua respiração chegar até nós? Por acaso não está mais frio agora? Não são as noites cada vez mais escuras? Não temos necessidade de acender de manhã nossos lampiões? Por acaso não ouvimos o barulho que os coveiros fazem ao sepultar Deus? (...) Deus morreu! Deus está morto! Fomos nós que o matamos! Assassinos mortais que somos, como nos poderemos consolar? Com a nossa faca ferimos o que houve de mais sagrado e poderoso no mundo. Quem nos limpará desse sangue? Em que água nos lavaremos? (...) Ao ser expulso dos templos, o louco dizia: Para que servem agora estas igrejas, senão para serem o túmulo, o mausoléu de Deus?... (Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência. Tradução de Mário Pugliese e outros. São Paulo, Hemus, 1976, p. 227.)
Tendo escrito também o livro O Anticristo, sabe-se que Nietzsche passou os últimos dez anos de sua vida sob o peso de imensos remorsos, sofrendo constantes crises de desespero. A inteligência que tanto blasfemara contra Deus mergulhou nas trevas da loucura. Nietzsche morreu louco. Sim, pois Deus "olha para todo soberbo e humilha-o, e esmaga os ímpios no seu lugar" (Jó 40.12). "Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido" (Isaías 2.12).

O HOMEM QUER SER SUPERIOR A DEUS
O mesmo sentimento de soberba responsável pela queda de Lúcifer diante de Deus é o que tem impulsionado a maioria dos indivíduos que se confessam ateus. Outro filósofo alemão, Dietrich Kerler, escrevendo a seu amigo Max Schueler (1874-1928), afirmou: "Mesmo que se pudesse demonstrar matematicamente que Deus existe, não quero que exista porque me limitaria na minha grandeza." É o pecado da soberba, da auto-suficiência, do orgulho satânico com o qual o Inimigo da humanidade continua a perverter os seres humanos. "Se houvesse um Deus, seria o homem aniquilado, como essência ética, e como pessoa", dizem hoje indivíduos com a mentalidade ateística como a de Nicolau Hartman (1882-1950).
A irreverência e a rebeldia têm brotado no coração de milhões de seres humanos, levando-os a tentar "expulsar" Deus do meio da humanidade e do universo. São os ateus militantes, coisa inédita na história humana. Essas pessoas não só professam o ateísmo, mas promovem também o antiteísmo, ensinado hoje tecnicamente em universidades especializadas. Deus, além de negado, está sendo combatido. E o resultado de tudo isso é a atual crise universal, a mais espantosa de todas elas. Quando seres humanos resolvem desconhecer a Deus, passam a viver fora da obediência às suas leis. E, como consequência, as colunas que sustentam a vida desabam, e passam a prevalecer então a anarquia, a violência, a devassidão e o egoísmo.
Soberbos como o político italiano León Gambetta chegam a dizer: "O nosso mundo entende depender somente do direito humano, e quer chegar à emancipação e glorificação da pessoa humana." Em plena Câmara Francesa, em Paris, o político francês Jaurês afirmou: "Se o próprio Deus se levantasse diante da multidão em forma palpável, o primeiro dever do homem seria de lhe recusar obediência." Escrevendo ao poeta Paul Claudel, outro escritor francês apresentou mais uma prova de que o verdadeiro responsável pelo movimento mundial de negação da existência de Deus é o mais antigo de todos os soberbos, Satanás: "Há incompatibilidade entre mim e Deus, porque sou um orgulhoso."

NÃO SE ESFORÇARAM NA BUSCA DA VERDADE
Todavia, o filósofo inglês Francis Bacon afirmou que o ateísmo está, na maioria dos casos, mais na boca do que no coração daqueles que se dizem ateus. Algumas vezes, o que leva mesmo muitos estudiosos a assumirem uma posição de desconhecimento da existência de Deus é o fato de, não avançando nos seus estudos e pesquisas como deveriam, e achando que já atingiram o mais alto grau de conhecimento que poderiam alcançar, eles se ensoberbecem nos seus "esforços" para encontrar a verdade, sem saber que ficaram muito aquém do verdadeiro caminho que os conduziria a ela, e que ela mesma é Jesus Cristo.
Outros têm suas almas paralisadas e incapazes de se erguerem às alturas da fé, por serem indiferentes quanto ao que diz respeito a Deus e à salvação. A maioria dos incrédulos nunca se interessou sinceramente pelos "assuntos do Alto", e é nessa ignorância proposital que eles tentam encontrar defesa para sua incredulidade. "Que é a verdade?" perguntam muitos deles desdenhosamente, com aparência de quem tem sondado e meditado tudo. E à semelhança de Pôncio Pilatos, retiram-se sem esperar pela resposta. Tornam-se indiferentes à mensagem cristã, esforçando-se para dar a impressão que essa atitude é fruto de profundas investigações, e "esforçadas" buscas frustradas, o que não é verdade.
Tais pessoas, conforme já as descreveu o teólogo e filósofo francês Blaise Pascal, após empregarem algumas horas na leitura de algum livro da Bíblia, ou terem conversado com algum evangélico, alegam depois que fizeram os "maiores esforços" para superarem as dificuldades que (segundo afirmam) existem na estrada que as conduziria à fé e à salvação. Depois disso, saem dizendo por aí que em vão procuraram em todos os livros e junto aos homens, mas não conseguiram encontrar qualquer fundamento ou caminho que os conduzisse à fé. Tal atitude é fruto da mentira e da soberba.
Não é de admirar que o indiferentismo desses Pilatos de hoje tenha sido o primeiro inimigo que o cristianismo encontrou ao iniciar sua marcha triunfal pelo mundo. Para muitos seria até vergonhoso prestar atenção no conteúdo da mensagem evangélica. Tal foi a atitude dos filósofos gregos que responderam a Paulo com indiferença no Areópago: "... A respeito disso te ouviremos noutra ocasião" (Atos 17.32), e do governador romano Festo, que zombou do apóstolo, dizendo-lhe que as muitas letras o faziam delirar: "A esta altura, Festo interrompeu a defesa de Paulo, clamando: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar" (Atos 26.24). Diante desse indiferentismo — um mal que cresce hoje cada vez mais —, o advogado romano convertido ao cristianismo no início do século III, Tertuliano, dizia: "Nós só pedimos uma coisa: que não nos condenem sem antes nos ouvir."


A INDIFERENÇA CONDUZ AO ATEÍSMO
O escritor francês Lamennais (1782-1854), no seu livro Ensaio Sobre a Indiferença, descreveu com certa ironia os homens que se acham muito superiores em seus estudos, a ponto de lhes ser indiferente o fato de Deus existir ou não:
Passam a sua vida comparando palavras, investigando as relações dos números e as propriedades da matéria; para satisfazer esses 'grandes espíritos', nada mais se torna necessário. Que dizes tu a esse sábio acerca de Deus, cujo nome enche a terra? Não vês como ele está preocupado na descoberta de um ácido que a análise química ainda não tinha encontrado? Espera até que ele haja terminado a sua descoberta; talvez depois lhe possas dizer alguma palavra a respeito dAquele que criou o ácido! Outro trabalha numa poesia, numa obra filosófica, ou num romance, que fará a sua glória. Pára; não o interrompas porque ele tem pressa, a morte avizinha-se, e que perda irreparável seria para a humanidade se ele não pudesse concluir a sua obra! É verdade que ignora que Deus é quem lhe dá inspiração. Ignora a posição que ocupa, nem sabe o que deve esperar ou temer, se existe Deus, se há uma religião verdadeira, se existe céu ou inferno; ignora tudo isto, e suas ações são como se tudo fosse apenas um sonho!"
Pode-se dizer que tais homens estão mortos. Cheios de orgulho, contemplam-se do alto dos seus conhecimentos, fixam-se friamente no seu egoísmo, preferindo viver sob o pálido clarão da sua curta inteligência, rejeitando a brilhante luz da Palavra de Deus, onde encontrariam a Verdade, cujo verdadeiro nome é Jesus Cristo.

Jefferson Magno Costa
http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com

sábado, 21 de agosto de 2010

Destino Final - Um livro gratuito para download


O Ministério Chamada disponibilizou um excelente livro para download gratuito: Desafio Final, escrito por William MacDonald.

 Leia um trecho do livro:


Cedo ou tarde, toda pessoa que raciocina ficará curiosa em saber para onde irá depois da morte e onde passará a eternidade. Tome alguns minutos para ler estas páginas, e você encontrará as respostas a essas perguntas.
Ao buscar respostas para as questões mais importantes da vida, precisamos consultar uma autoridade no assunto. A escolha se reduz a duas possibilidades: a opinião humana ou a Palavra Deus. É o que as pessoas supõem ou o que Deus diz.
Em questões de vida ou morte a autoridade precisa ser infalível. Não pode haver margem de erro. A opinião humana certamente não está qualificada para nos dar as respostas. Assim como os rostos das pessoas são tão diferentes, assim também as suas opiniões.

Para baixar o livro pelo Google Drive, CLIQUE AQUI.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Os "prazeres da vida"


Conforme estimativas da Central Alemã de Combate às Dependências, existem 9,3 milhões de dependentes do álcool na Alemanha. Outras cinco a seis milhões de pessoas sofrem com o vício de algum membro de sua família. Os custos das terapias para alcoólatras chegam a 1,7 bilhões de marcos por ano (Idea Spektrum 5/2000).
A Bíblia fala de Noé, que plantou a primeira vinha: "Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda" (Gn 9.21). Uma das duas filhas de Ló, que haviam sido salvas de Sodoma e Gomorra juntamente com seu pai, sugeriu à irmã: "Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai" (Gn 19.32). Provavelmente o consumo excessivo de álcool também foi o que levou os filhos de Arão a oferecer fogo estranho ao Senhor, o que causou sua morte. A Bíblia diz sobre esse acontecimento: "Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor... Falou também o Senhor a Arão, dizendo: Vinho ou bebida forte tu e teus filhos não bebereis quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações" (Lv 10.1-2,8-9). O primeiro marido de Abigail era um terrível déspota e beberrão. Lemos o que aconteceu com ele pouco antes de sua morte: "Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em sua casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele, já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela coisa alguma, nem pouco nem muito, até ao amanhecer" (1 Sm 25.36).
Oséias 7.5 fala da sedução do álcool: "No dia da festa do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com o excitamento do vinho, e ele deu a mão aos escarnecedores". Coisa semelhante deve ter acontecido com o rei Herodes no dia de seu aniversário. Ele deixou-se seduzir: "Ora, tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes" (Mt 14.6). Isso levou ao assassinato de João Batista (vv. 7-11).
Oséias 4.11 alerta: "A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento". A Bíblia também diz: "Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho" (Sl 4.7). Na Edição Corrigida e Revisada lemos: "Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho". E em Lucas 21.34 o Senhor alerta em relação aos tempos do fim: "Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço."
Conforme o especialista Dr. Jörg Splett, o vício é uma característica tipicamente humana: há um "desejo de desejar" na busca dos prazeres. As pessoas têm consciência de seus limites, mas não os respeitam. Ao invés disso, vivem dominadas pelo medo de não aproveitar tudo o que a vida pode oferecer. Splett vê na fé cristã uma resposta a esse anseio: "Só podemos aceitar nossa finitude quando estamos certos da existência de um Criador, que planejou a finitude mas cujo amor é sem limites".
Esse amor sem limites foi comprovado por Deus ao enviar Seu Filho a este mundo: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Essa vida dada por Jesus satisfaz plenamente todos os anseios, pois Ele disse: "...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10.10). Ele também promete a libertação de quaisquer jugos: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36).
  (Norbert Lieth - www.ajesus.com.br)

sábado, 7 de agosto de 2010

Perdão é uma perda muito grande

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"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;" (Mateus 6.14)

“Perdão”. Palavrinha difícil esta... É incrível como muitas pessoas, não poucas, tem uma dificuldade gigantesca em lidar com este assunto. Não raro, vejo muita gente sendo devorada e corroída por dentro através das feridas inflamadas e purulentas que estão guardadas nas lembranças. Às vezes estas memórias estão escondias atrás de grandes muralhas de rejeição, impaciência, depressão, melancolia, autocomiseração, irritabilidade e algumas vezes transmitem uma falsa sensação de força, mas sempre acabam se revelando na brutalidade com que a dor retorna de vez em quando e a gente tenta esquecê-la sem sucesso.

Cresci ouvindo a sabedoria popular e ela dizia: “quem bate esquece, mas quem apanha não.” Esta é uma verdade que acompanha invariavelmente qualquer ser que tenha consciência de si memo.

A ofensa, o tapa, a humilhação, a traição, o roubo, o abuso, o abandono, a injustiça... Seja qual for o nome que você dê à sua ferida de estimação, por mais que se coloque sobre ela o peso do tempo ou da dureza de levar a vida amargamente, dificilmente ela vai cicatrizar, no máximo vai criar uma leve casca, mas ao menor toque vem à tona a dor novamente carregando consigo todo o potencial doloroso da lembrança de quando a ferida foi aberta.

Alguns vão vivendo como podem, ou melhor, vão morrendo aos poucos como podem. São leprosos de alma, vão levando a vida tomando sobre si armaduras e carapaças como pesadas vestiduras, erguendo seus castelos e fortalezas contra o menor sinal de um novo dano ou machucado. Nem dá para saber se é autodefesa ou autopunição. Muitos vão chorando pelos cantos, sozinhos na escuridão da noite, enxugando suas lágrimas internas e externas como dá, tentando não deixar ninguém perceber a sequidão que é viver assim. É preciso manter as aparências, dizem eles. Outros provocam o mundo com as mesmas dores com que foram afligidos, é quando o traído, por exemplo, tem uma neurótica e compulsiva vontade de trair também para mostrar, inconscientemente ou não, ao mundo que isto dói e muito. Ou quando o humilhado ameniza sua dor humilhando e pisando em qualquer outra criatura que venha ao seu encontro.

A mágoa e o rancor sempre procuram um culpado, disso não se escapa. O problema é que, às vezes, na falta de se encontrar um “bode expiatório”, muitos culpam a si próprios. Com ou sem razão muitos outros, pela falta de coragem para assumir seus erros, vão espalhando suas culpas obsessivas por seus familiares, amigos e inimigos próximos. Nem o próprio Deus, o Criador, escapa do alvo daqueles que querem achar, de qualquer jeito, um culpado para sua tristeza e dor. Estes vão sorteando nomes e culpados para suas feridas como quem distribui as cartas de um baralho numa mesa de Poker.

Faz tempo que muitos desistiram de viver, alguns literalmente, carcomidos por suas dores internas. Já dizia o sábio Shakespeare:“Guardar uma mágoa é como tomar um copo de veneno e torcer para que o seu agressor morra.” Parece irracional, mas o que o famoso escritor inglês descreveu nesta frase é a lógica inversa da cura para toda essa dor que tanta gente carrega e alimenta durante anos a fio. É provado cientificamente que o rancor arquivado pode ser somatizado pelo corpo através de doenças como câncer, gastrite, enxaqueca, cólicas agudas, doenças da pele, distúrbios hormonais, depressão e outras neuropatias sérias.

Etimologicamente perdão é o ato de não imputar a um transgressor a necessidade de pagar pelo erro cometido, ou seja, perdoar é o mesmo que liberar um condenado ou um réu de cumprir uma sentença, é como dizer a um presidiário amarrado na cadeira elétrica: “amigo, levanta daí, não vamos mais ligar a corrente elétrica em você. Você será liberado agora!” Aí está o grande problema encontrado na palavrinha “perdão”: quem perdoa perde muito. O perdão fere nosso senso comum de justiça, principalmente quando os ofendidos somos nós. Quem perdoa, na verdade, assume para si próprio o valor e a dor da punição. Perdoar é como ser ofendido duas vezes, a primeira pelo desafeto recebido, a segunda por abrir mão do justo direito de revidar ou se vingar.

Mas, acredite em mim! Por experiência própria e por ver muitos outros amigos vencendo seus dramas interiores e encontrando denovo o caminho da cura integral. Posso afirmar com a autoridade de quem já experimentou e tem aprendido a experimentar a dádiva de perdoar: existe muito mais benefício em não “cobrar a ofensa” do que alimentá-la dentro de você. Tenho consciência de que não é uma atitude fácil de se tomar, é verdade. Algumas vezes a sensação de náusea, confusão mental e de dor é muito mais forte do que qualquer argumento lógico e racional a favor de liberar ou não o seu perdão.

Não digo isso porque me considero bonzinho, realmente não sou! Tenho meus defeitos como qualquer outra pessoa. O que tenho aprendido até aqui é que, na maioria das vezes, esta capacidade para tomar tal atitude simplesmente não vem de nós. A única força capaz de superar a mágoa e remover toda raiz de amargura é o amor. Ele, o amor, vence todas as coisas, vence até a morte. Não é por acaso que João, o apóstolo, escreve em sua epístola afirmando categoricamente que Deus é amor. Sim, a essência de Deus é o amor.

A única fonte verdadeiramente confiável de amor é Deus, muitos são os textos revelados por toda a Bíblia que expressam este envolvente e imensurável amor de Deus pela sua criação e de forma especial pelo ser humano. Este amor sobrenatural nos ensina a viver e caminhar em direção à cura de nossas feridas emocionais e existenciais.

De forma contundente, o apóstolo Paulo afirma em sua carta aos Romanos, capítulo cinco, verso oito, dizendo: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." Não houve merecimento nosso, não foi o esforço humano que provocou uma reação de perdão de Deus para nós. Foi simplesmente por amor e espontaneamente. A teologia moderna chama isto de solidariedade de Deus em relação ao ser humano, mas a Palavra Revelada chama a isto de Graça. Sem preço, sem barganha, Ele, Deus, fez isto antes que qualquer um de nós pedíssemos ou merecêssemos.

A boa notícia é que em Jesus, Deus ofereceu perdão gratuito a toda humanidade, isto inclui a você e eu. É este mesmo amor que nos convida, igualmente, a perdoar quem nos tem ofendido. O perdão que liberamos hoje retorna como bálsamo, alívio e cura para nossas dores.

Em Jesus, o perdão não é condicional, é mandamento incondicional pois somos perdoados com a mesma medida em que perdoamos. Quando perdoamos nos enchemos mais um pouco de Deus, é como se Deus reconhecesse em nós algo em comum e viesse nos dar um “olá!”.

Então... Quer ser curado? Perdoe! Quer ser liberto? Perdoe! Quer ser realmente feliz? Perdoe!

Talvez você até encontre alguma dificuldade para dar este primeiro passo, mas tenha certeza que o Doce e Santo Espírito de Deus é quem nos auxilia em nossas fraquezas. Ninguém melhor que o Criador para sondar sua mente e espírito nesta hora e saber exatamente do que você precisa. Ele já lhe deu neste dia um coração batendo, isto já é o suficiente para você, como eu, reconhecer que sem Ele nada somos. Acredite! Mesmo no conturbado e obscuro mundo em que vivemos, mesmo diante da morte, da dor, de poderes sobrenaturais da maldade, com a perturbação do passado, do amedrontado presente ou da incerteza do futuro, nada é capaz de nos separar deste gigantesco amor de Deus por nós. Precisamos dele, esta é a mais pura realidade. A única coisa a fazer então é dizer: Deus, me ajude! O resto já é com ele.

O Deus que ensina a perdoar te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!


Pr. Pablo Massolar

Leia outros textos do pastor Pablo Massolar
no blog Ovelha Magra (
ovelhamagra.com)
 
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